terça-feira, 13 de novembro de 2012

Novas motivações


Image
Já não é novidade que as motivações do mercado de trabalho estão mudando. A atual força de trabalho tende a escolher cada vez mais trabalhos que levam à realização pessoal em detrimento à realizacao "monetária". Basicamente, as pessoas não querem mais só ficar ricas, querem ficar com a consciencia limpa e se sentir realizadas. E, se uma coisa é conflitante com a outra, não é o dinheiro que fala mais alto. É claro que, num primeiro momento, busca-se o dinheiro, pois é o que estamos programados a fazer, mas, a longo prazo, nao é isso que nos faz feliz.
Vide os casos de Mark Zuckerberge ou do criador do Skype e outros que hoje são bi/milionários, mas que começaram com um propósito de se sentir realizados com algo (uma brincadeira de faculdade) ou de, simplesmente, fazer algo que pensaram ser bom/útil para melhorar o mundo (ligações de graça para todos).
Afinal, porque investir seu tempo em algo que não vai te dar um retorno financeiro (pelo menos não óbvio ou imediato)? O economista Dan Pink (autor dos livros "A whole new mind" e "Drive") explica um pouco isso nesse vídeo. É uma nova tendência que já se tornou mundial e é importante porque vai gerir (já está gerindo) todas as áreas de trabalho.
Desde que me tornei autônoma, vivencio um pouco disso. Estava infeliz no trabalho, apesar do retorno financeiro e da estabilidade. Hoje não tenho essas coisas, mas faço o que quero e quando quero e me sinto muito melhor (apesar de sentir falta da rotina para me organizar). Ou seja, no final das contas, o que falou mais alto foi a minha realização pessoal, minha felicidade e não o dinheiro. É claro que não estou falando aqui de necessidade, mas de ganância. Aprende-se a viver com menos para poder viver melhor.
Aliás, ainda segundo Dan Pink, quanto maior a recompensa monetária, piores os resultados. Ele cita como exemplo a experiência de uma empresa australiana que deu a seus funcionários 1 dia para fazerem qualquer coisa que quisessem, sem quaisquer recompensas financeiras extras. Só a liberdade de fazer o que quer. A surpresa (ou não) foi que, neste dia, os funcionários produziram muito mais que em qualquer outro dia. A conclusão: a autonomia leva à excelência, porque podemos nos expressar, fazer o que queremos e, consequentemente, nos sentir realizados. Google já sabe disso - não é lá onde os escritórios têm salas de jogos, redes e você trabalha quando quer? Nao é anarquia (até porque existem resultados que devem ser apresentados), é tratar as pessoas como pessoas e nao como animais onde o que importa é a punição ou a recompensa...
ImageIsso influencia diretamente o setor de meio ambiente; afinal, hoje em dia ser ecologicamente correto está diretamente ligado à sensação de comprometimento e tranquilidade. Segundo Tucunduva, a atual geração de universitários e recém-formados prefere empresas e cargos relacionados a causas nas quais acredita e apoia e isso acontece principalmente com os serviços ligados à responsabilidade social e ambiental. Por isso, segundo Dan Pink, as empresas buscam cada vez mais um propósito "transcedental", algo que transmita realização pessoal aos seus funcionários e clientes.
Esta é uma das maiores características da geração Y (nascidos entre 1978 e 1995) da qual eu faço parte por pouco. Somos aqueles que cresceram junto com os avanços tecnológicos e com a internet e presenciamos uma melhoria economica mundial, junto com a preocupação com o meio ambiente. Queremos relações de trabalho mais horizontalizadas, sem tanta hierarquia. É uma grande mudanca social, que influencia e é influenciada pela preocupação ambiental. Alias, preocupação esta que eu acredito vai estar muito mais enfatizada pelos filhos dessa geração Y, o que pode mostrar que o setor ambiental só tende a crescer.
--

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...